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O esporte brasileiro é antes e depois do Jogo das Estrelas 2017

O sucesso do último domingo inaugura uma nova forma de se entender evento esportivo no Brasil

 (Fotojump/LNB)
(Fotojump/LNB)
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Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 20 de março de 2017 às, 20h57.

Última atualização em 20 de março de 2017 às, 20h58.

A NBB Caixa, com o Jogo das Estrelas 2017, que aconteceu no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, fez o que há tempos se pedia para um evento esportivo brasileiro. Porque embora o futebol ainda seja o esporte preferido dos brasileiros, há uma lacuna em relação a um grande evento esportivo nacional. Ou melhor, havia.

Com um evento todo pensado como entretenimento para os presentes e para quem o acompanhava pela TV ou de forma online, o Jogo das Estrelas 2017 deu uma aula sobre como manter entusiasmado todo seu público presente (cerca de 10 mil pessoas), valorizando ainda seu principal produto: o basquete. Além da partida NBB Brasil x NBB Mundo, que contou com os melhores atletas do campeonato segundo o público que os escolheu, o evento de domingo ainda teve um desafio de habilidades, disputa de enterradas e arremessos de três pontos. Além de tudo, um pocket show do Jota Quest no intervalo da partida. Um exímio trabalho de comunicação, produção e execução da Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e que conta com o patrocínio master da Caixa, além dos patrocínios da SKY, Nike e Avianca e apoio do Ministério do Esporte.

Mas o principal é ser alçado ao patamar de um verdadeiro grande evento nacional. O Brasil, a despeito dos milhares de pedidos para que o esporte seja profissional e encarado como entretenimento, não realizava evento algum com tamanha grandeza e eficiência. Seja no futebol, vôlei, tênis ou em qualquer outra modalidade, sempre estávamos reféns de uma reta final de competição ou uma final em si para que os ingredientes que compõe um evento esportivos estivessem presentes além da disputa em si.

Eis que com o evento de domingo, que em nada tinha relação com um jogo final ou coisa do gênero, mas “apenas” um jogo festivo, o basquete brasileiro assume para si um papel de protagonismo nessa guinada. E por sair na frente - diferentemente dos EUA, onde há inúmeros eventos que disputam entre si como sendo o grande evento esportivo do ano (embora o Super Bowl esteja nesse instante com tal liderança)-, se coloca em um patamar de exemplo. Busca a imagem de quem dita os caminhos os esporte como entretenimento no Brasil. E isso está longe de ser pouco. É muito para os atletas, gestores, mídia, patrocinadores e, principalmente, para o esporte nacional.