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Como dominaros rebotes?

22-05-2019 | 03:02
Por Douglas Carraretto

Atitude? Estratégia? Helinho e Hettsheimeir dão o caminho para Franca conter a grande arma do Flamengo na temporada

Rebotes são uma das grandes armas do Flamengo e fizeram a diferença no Jogo 1 das Finais (Fotojump/LNB)

Durante a coletiva de imprensa que antecedeu o Jogo 1 das Finais do NBB CAIXA no Ginásio Maracanãzinho, o técnico Gustavo De Conti, do Flamengo, usou a frase “defesa ganha jogo, rebote ganha campeonato”, o que contraria o dito popular do basquete que diz que “ataque ganha jogo, defesa ganha campeonato”.

A afirmação, de fato, faz total sentido, e o comandante rubro-negro é prova viva disso. Na campanha do título do Paulistano na temporada passada no NBB CAIXA, a equipe de Gustavo De Conti foi líder em rebotes do campeonato (40,63 por jogo) e pautou grande parte de seu jogo a partir desse fundamento.

Agora, na temporada 2018/2019, a história é a mesma, e o Flamengo é o líder em rebotes da atual temporada do NBB CAIXA (42,6 por partida). Nos rebotes ofensivos, a equipe também é a primeira colocada geral, com 13,06 por partida.

Essa superioridade rubro-negra nas sobras foi sentida já no Jogo 1 das Finais contra o Sesi Franca Basquete, no Maracanãzinho. Foram 42 no total, sendo 10 deles ofensivos, contra 36 dos francanos, que pegaram apenas seis no garrafão de ataque.

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Quem vê esse número pode até pensar que a diferença dos 42 do Flamengo para os 36 do Franca não é tanta, e não é mesmo. Porém, há de se analisar as situações que esses rebotes aconteceram – em vários momentos cruciais. Ao todo, os rubro-negros fizeram 11 pontos de segunda chance, enquanto os francanos não fizeram nenhum.

Diante deste cenário, as segundas chances geradas pelos rebotes ofensivos permitiram ao clube da Gávea ter um volume de jogo maior do que o do Franca – 186 pontos tentados contra 165 dos francanos. O técnico francano Helinho Garcia deu a solução para reverter esse cenário.

“Temos que ter uma atitude de muito empenho nos rebotes, porque eles têm essa característica de conseguir muitos. Temos que estar preparados e fortes para fechar os rebotes e garantir esse fundamento que, sem dúvida, é importante para as nossas pretensões de levantar o título”, disse o comandante do Franca.

Se tratando de um cenário histórico, 21 dos 34 jogos de Finais disputados na história do NBB CAIXA foram vencidos pelo time que pegou mais rebotes – incluindo o Jogo  1 entre Flamengo x Sesi Franca. Deu para entender a importância desse fundamento?

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Ofensivamente, os homens de garrafão do Franca também tiveram rendimento abaixo do normal. Hettsheimeir e Cipolini, juntos, somaram três pontos, sendo que Hett não tentou um arremesso de quadra sequer. Já Lucas Dias, que antes das Finais tinha médias de 21,2 pontos por jogo nos playoffs, fez 15 pontos, mas com baixo aproveitamento nos tiros de quadra (5 convertidos em 16 arremessadas).

“A defesa do Flamengo funcionou muito bem e foi um dia não muito bom para nossa equipe. O time deles teve sucesso em vários aspectos do jogo, mas não tem nada definido ainda. A série só termina quando alguém ganhar três jogos. Vamos esquecer esse Jogo 1, corrigir o que erramos e colocar em prática no Jogo 2”, analisou Hettsheimeir.

Helinho Garcia e Hettsheimeir fizeram suas análises sobre o baixo rendimento do Franca nos rebotes (Fotojump/LNB)

O técnico Helinho Garcia também fez sua análise sobre a queda de rendimento de seus pivôs, que em média, são responsáveis por 41,1 dos 87,1 pontos do Franca na atual temporada do NBB CAIXA.

“O motivo da queda deles (pivôs) foi muito em função do Flamengo defender o pick and roll empurrando os nossos pivôs e isso tirou um pouco do volume. Isso aconteceu também em função da nossa defesa não ter sido tão consistente como queríamos. Nossa defesa tem que crescer para que a gente possa melhorar o volume no ataque através de um jogo de chegada usando esses pivôs, que têm um poderio ofensivo de arremesso e de bolas embaixo.  Mas tudo isso a partir da nossa defesa”, declarou Helinho Garcia.

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E do outro lado, qual é a visão? O pivô Anderson Varejão, reboteiro do Flamengo na atual temporada (6,9 rebotes por partida), falou sobre a importância desse fundamento no basquete e também sobre o bom trabalho de sua equipe dentro do garrafão.

“O rebote é um fundamento muito importante no basquete. Todo mundo que conhece o jogo sabe da importância em conseguir limitar o outro time a um arremesso só, sem permitir uma segunda ou terceira chance, o que vai minando a outra equipe. Estamos fazendo um trabalho muito forte no garrafão para sempre conseguir limitar os adversários. Também acho que esse sucesso do Flamengo nesse quesito se deve à entrega dos jogadores, todo mundo fechando o rebote, brigando o tempo inteiro, seja na defesa ou no ataque, para conseguirmos ter mais oportunidades de pontuar”, avaliou Varejão.

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Varejão, reboteiro do Flamengo, também destacou o trabalho da equipe no garrafão (Fotojump/LNB)

O Sesi Franca Basquete terá sua primeira oportunidade de reverter esse cenário nos rebotes nesta quinta-feira (22/05), no Ginásio Pedrocão, às 20 horas, com transmissão ao vivo pelo Fox Sports, ESPN e Facebook do NBB CAIXA, este que ainda apresentará programetes de pré e pós-jogo de todas as partidas, com oferecimento da Budweiser.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com os patrocínios oficiais da CAIXA, Budweiser, INFRAERO, Avianca, Nike e Penalty e os apoios de UNISAL, Açúcar Guarani, Ministério do Esporte e Governo Federal.